Segundo nota divulgada pelo hospital DF Star, o ex-presidente foi submetido a cirurgia de grande porte para remoção de aderências no intestino e reconstrução da parede abdominal.
Ainda segundo o texto, não houve intercorrências nem necessidade de transfusão de sangue. O hospital informou que a obstrução intestinal era resultado de uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e foi desfeita.
Por volta das 22h, Bolsonaro estava na Unidade de Terapia Intensiva, estável clinicamente, sem dor e recebendo “medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções”.
A nota foi assinada pelo chefe da equipe cirúrgica, Cláudio Birolini, pelos cardiologistas Leandro Echenique, Ricardo Camarinha e Brasil Caiado, pelo diretor-médico do hospital, Guilherme Meyer, e pelo diretor-geral, Allisson Barcelos Borges.
Também por volta das 22h , a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro fez postagem afirmando que estava indo para a sala de extubação para poder ver o marido.
Bolsonaro chegou ao DF Star no sábado (12), depois de ser transferido de Natal (RN).
Ele estava na capital do Rio Grande do Norte desde sexta, quando foi levado de helicóptero após passar mal no interior do estado, onde participaria de um evento do PL, em favor da anistia aos manifestantes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A cirurgia foi a sexta na região do abdome realizada por Bolsonaro desde a facada, e a mais difícil de todas devido ao acúmulo de procedimentos, segundo médicos ouvidos pela Folha.
Foi também a cirurgia mais longa. A que tinha durado mais, anteriormente, havia ocorrido em janeiro de 2019, para retirada de bolsa de colostomia. Na ocasião, estavam previstas três horas de cirurgia, mas a grande quantidade de aderências no intestino levou a equipe médica a executar um procedimento mais complexo, que se estendeu por sete horas.
Já a cirurgia deste domingo já tinha previsão de ser demorada e complexa.
Por voltas das 10h20, o DF Star divulgou nota na qual afirmou que exames laboratoriais e de imagem realizados no ex-presidente evidenciaram “persistência do quadro de subobstrução intestinal, apesar das medidas iniciais adotadas”.
Aderências intestinais são uma espécie de “cola” biológica resultante do processo de cicatrização seja do trauma original, como a facada, seja de cirurgias posteriores. Ao endurecer, essa estrutura forma cordões que podem grudar ou juntar partes do corpo.
Dependendo da posição, pode juntar duas partes da alça do órgão, obstruindo a passagem do alimento.
A laparotomia exploradora consiste na abertura da parede abdominal. Identificado o ponto de obstrução, é feito o corte das aderências e desobstrução do intestino para, por fim, reconstruir-se a parede abdominal.
Mais cedo neste domingo, em mensagem enviada a deputados e senadores aliados via WhatsApp, o ex-presidente afirmou que, a partir das 8h, seria realizada a nova cirurgia, “ainda decorrente da facada”.
“Ao meu lado o Bispo JB Carvalho e bons médicos e enfermeiros. Se Deus quiser tudo ocorrerá bem”, escreveu Bolsonaro.
Em uma rede social, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), citou “oração” e “força” ao ex-presidente, além de desejar pronta recuperação ao aliado.
No sábado, o ex-presidente afirmou no X (antigo Twitter) que foi “internado às pressas” com “dores intensas e uma forte distensão abdominal”.
Ele também afirmou, na mesma postagem, que talvez não tenha percebido na hora a gravidade do caso: “O doutor Claudio Birolini me explicou que esse foi o quadro mais grave desde o atentado que quase me tirou a vida”, escreveu. “Após minha transferência, provavelmente passarei por uma nova cirurgia”, declarou.
Birolini é especialista em reconstrução abdominal do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. No sábado, ele disse que o quadro de obstrução intestinal do ex-presidente estava mais “exuberante”.
O ex-presidente viajou de Natal a Brasília em um avião com equipamentos de UTI. Ele deixou o hospital andando e acenou a apoiadores, mas tinha um pequeno tubo preso ao nariz, e dois homens seguravam sua camisa pelas costas.
Todo o acompanhamento da saúde do ex-presidente da facada até aqui estava a cargo do médico Antonio Luiz Macedo, de São Paulo.
Ele chegou a ser consultado pelo ex-ministro Gilson Machado, que estava com Bolsonaro quando ele passou mal no interior do Rio Grande do Norte, mas não foi chamado a Brasília.
Da Redação
Do Portal Umari
Com Folha Online