O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou em relatório que o general do Exército Walter Braga Netto, preso pela PF (Polícia Federal) no Rio de Janeiro neste sábado (14), exerceu “verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento” no suposto golpe de Estado e no plano de assassinato de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin. A reportagem acionou a defesa do militar e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.
“Os desdobramentos da investigação, notadamente a realização da denominada operação “Contragolpe” e os novos depoimentos do colaborador MAURO CÉSAR BARBOSA CID, revelaram a gravíssima participação de WALTER SOUZA BRAGA NETTO nos fatos investigados, em verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento, além de demonstrar relevantes indícios de que o representado atuou, reiteradamente, para embaraçar as investigações”, diz Moraes.
Braga Netto foi preso no Rio de Janeiro e vai ficar sob custódia no Comando da 1ª Divisão de Exército. Na época do indiciamento, o general negou as acusações. A investigação da PF está relacionada com a organização criminosa, cujos integrantes atuaram para impedir a posse de Lula, assim como o homicídio de Moraes. O ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro tentou, ainda, obstruir a medida ao tentar acessar a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante e ordens do ex-presidente.
A prisão de Braga Netto se deu, então, como garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal. O relatório da PF cita, ainda, que o ex-ministro atuou no financiamento das atividades relacionadas ao suposto golpe de Estado.
Moraes cita as diferenças entre depoimentos. O documento cita, na sequência, trechos das declarações dadas por Cid aos agentes policiais. “Alguns dias após, o coronel de Oliveira esteve em reunião com o colaborar e o general Braga Netto, no Palácio do Planalto ou da Alvorada, onde o general Braga Netto entregou o dinheiro que havia solicitado para a realização da operação. O dinheiro foi entregue numa sacola de vinho”, afirmou o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Já o general afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio.