Ano passado, depois de sofrer um acidente, ele deixou de ser andarilho e resolveu morar com uma sobrinha.
A vida do “Velho do Saco” permeia o imaginário do pessoense e várias histórias surgiram para tentar explicar o comportamento fora do comum. O site Paraíba Criativa conta que ele nasceu no dia 11 de fevereiro de 1942, sendo filho de Avelina Serafim de Melo e Davi Serafim de Melo. Seus pais chegaram em João Pessoa em 1930, e segundo relatos, deixaram um grande patrimônio. Antônio tinha uma irmã, dois anos mais nova que ele, chamada Maria Ana da Silva Santos, que morava em Cabedelo e morreu em 2015.
Um tanto reservado e de poucas palavras, ‘Sete Capas’ bloqueava a tentativa de um diálogo. Mas segundo relatos de populares antigos da região, “ele era um homem de boas condições financeiras e de vida normal, até descobrir a traição da esposa”. Desde então, passou a andar pelas ruas, se desligando das necessidades básicas do ser humano, como saúde, higiene, alimentação e moradia.
“Ele é o sujeito oculto”, definiu o guardador de carros, Jailson Miranda, 29 anos, se referindo ao ‘velho do saco’ que ronda as ruas de João Pessoa e que popularmente é conhecido por ‘Sete Capas’. “Vejo ele vagando pelas ruas desde que eu era criança. Todos conhecem ele, mas poucos conseguem obter alguma informação dele”, completou.
Apesar das condições subumanas, sempre em companhia dos sacos, ‘Sete Capas’ frequentou por algum tempo a igreja Santa Júlia, no bairro da Torre, João Pessoa-PB, onde recebeu cuidados pessoais, na tentativa de ressocializá-lo, mas após um período, retornou para as ruas.
A vida de Antônio serviu de inspiração para interpretações em peças teatrais, quadros, e já foi tema de documentário. Em 1989, J. Carlos Aguiar Mendes, lançou um documentário intitulado “Antônio Rasga Rua”, o filme mostra o dia a dia de Antônio o retratando pelas ruas de João Pessoa e mostra até conflitos dele em cenas interagindo com familiares.
“Sob o sol forte de verão, uma parada em busca de alento, debaixo de uma oliveira. Em contraste com a intensa movimentação dos carros na avenida Beira Rio, na capital, os sacos são colocados ao chão e passam a ser um banco de descanso. Em um mundo à parte, os cadarços do tênis surrado são firmemente amarrados para mais uma caminhada sem destino. Pela Beira Rio, se segue na contramão da vida, enquanto os veículos se direcionam para o mesmo sentido, ‘Sete Capas’ carrega nas costas o peso de um saco cheio de histórias, tristezas, lamentos e solidão. ”
Da Redação
Do Portal Umari
Com Parlamento PB