O lançamento, realizado em um hotel na região central da capital, reuniu figuras do tucanato que resistiram aos abalos na sigla nos últimos anos. O jornalista entrou no partido em abril, inicialmente para ser vice de Tabata Amaral (PSB). Antes, em um intervalo de menos de um ano, passou por PDT e PSB.
Datena, que apresenta o programa “Brasil Urgente”, da Band, já desistiu de concorrer na última hora em quatro eleições. Ele diz que desta vez irá até o fim, mas a incerteza sobre a decisão do jornalista é admitida nos bastidores do PSDB, que avalia internamente cenários sem o pré-candidato.
Além da aliança com Tabata, defendido por uma ala, a opção é embarcar na campanha à reeleição de Ricardo Nunes (MDB), caminho que também está longe de ser unanimidade entre as diferentes correntes que ocupam as direções municipal e nacional. A equação envolve ainda o Cidadania, partido que compõe uma federação com o PSDB e precisa estar alinhado a qualquer um dos movimentos.
Se fosse seguida a lógica de 2020, o PSDB apoiaria Nunes, já que ele era o vice na chapa de Bruno Covas. Com a morte do tucano, em 2020, o emedebista assumiu a cadeira. Ele usa como estratégia o discurso de que sua gestão é de continuidade da administração Covas, mas sofreu rejeição de parte dos antigos correligionários, sobretudo por sua aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No caso do apresentador, porém, também precisa ser obedecida a regra de se afastar do programa que apresenta ao vivo de segunda-feira a sábado. A lei estabelece que pré-candidatos à frente de programas de TV ou rádio não podem continuar na função a partir de 30 de junho, um domingo.
Em outras vezes em que ensaiou migrar para a política, Datena enterrou a chance de candidatura ao entrar no ar depois do prazo permitido. Há dois anos, quando estava cotado para concorrer como senador pelo PSC, ele apareceu normalmente na TV e avisou no próprio programa os motivos da desistência.
Há dois meses, acompanhado de Tabata durante sua filiação ao PSDB, o jornalista disse que “o futuro a Deus pertence”. Na época, as falas indicavam que o caminho era sua indicação pelo partido para vice na chapa da deputada federal. “A minha vontade é estar do lado da Tabata”, afirmou ele.
A decisão de lançá-lo pré-candidato surgiu a partir de sua entrada no PSDB, com a avaliação da cúpula de que a popularidade de Datena seria útil na busca de reposicionamento do partido, hoje esfacelado na cidade onde nasceu. Pesquisas de opinião mostrando viabilidade de seu nome reforçaram o cálculo.
Da Redação
Do Portal Umari
Com FOLHAPRESS