Como verificou o ClickPB, elas ingressaram na Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina (EAMSC), em janeiro de 2023, junto com os candidatos masculinos, e realizaram o Curso de Formação de Marinheiros para a Ativa (C-FMN) durante 11 meses, sob regime de internato, de segunda a sexta-feira. Nesse período, adquiriram formação militar-naval e deram início à qualificação em uma das áreas que escolheram no ato da inscrição: apoio, mecânica e eletroeletrônica. Na classificação geral e final do curso, a Marinheira Larissa Pacheco Afonso de Almeida alcançou o primeiro lugar e, por merecimento, escolheu servir no NAM “Atlântico”, por ser o maior navio da América Latina.
“Eu estudava em escola pública e aprendi muito no cursinho. Quando noticiaram que ia ter vaga para o sexo feminino, eu já estava pronta”, comenta. Apesar da confiança, a Marinheiro Larissa só acreditou na aprovação após a divulgação do nome dela no Diário Oficial. Pela segunda vez, o espírito marinheiro estava com ela: a coragem de sair da casa dos pais e da cidade natal, Sepetiba (RJ), e de se mudar para Santa Catarina. “Em um ano, só vi a minha família duas vezes. Essa foi a maior dificuldade que tive de enfrentar e superar. O pelotão foi a minha base no curso. Construí amizades verdadeiras que vou levar para a vida toda. A saudade nos uniu e nos tornamos uma grande família naval”, lembra.
A rotina na EAMSC não era fácil. O dia começava às 5h e só acabava às 22h. Perguntada se teve tratamento diferenciado por ser do sexo feminino, Larissa esclareceu que todas as candidatas a aprendizes receberam o mesmo tratamento dos homens. “Cada ano haverá mais mulheres na Força, com o aumento da possibilidade de ingresso em diversas carreiras. É interessante ver e participar dessa transformação. Esse é o futuro”, acredita.
Das 48 mulheres aprovadas no concurso, 45 concluíram com sucesso o curso de formação. Como Marinheiras, precisam embarcar, obrigatoriamente, em navios da MB por um ano, a fim de executar a manutenção e operação de equipamentos e sistemas, a conservação de compartimentos e o atendimento de serviços gerais e específicos de bordo. No NAM “Atlântico”, elas estão distribuídas em setores de administração, saúde, operações, alimentação, aviação, armamento, entre outros.
A bordo, as 13 militares recém-embarcadas se sentem em casa. “Assim que chegamos, soubemos que iríamos para a Operação ‘Aspirantex’. Abraçamos o trabalho e isso facilitou a nossa integração com a tripulação. Fomos muito bem acolhidas”, contou Larissa. Para elas, tudo ainda é muito novo e todo dia aprendem um pouco mais.
Da Redação
Do Portal Umari
Com Click PB