Vinte anos mais velho (hoje ele tem 78 anos) e diante de um cenário político conflagrado, o petista repetiu estratégias na relação com o Congresso e voltou a oscilar entre um discurso de pacificação nacional e de críticas a seu antecessor.
No campo econômico, manteve os sinais trocados de pregar investimento em áreas sociais como prioridade absoluta, mas, ao mesmo tempo, conceder vitórias à ala do governo que preza pelo aperto nas contas públicas como forma de estabilizar a economia.
O chefe do Executivo sempre centralizou as principais decisões, mas, em 2003, tinha um núcleo duro formado por ministros que foram decisivos em sua trajetória política e também na vitória eleitoral de 2002.
Eles foram contemporâneos de Lula em praticamente toda sua vida política, enquanto os auxiliares mais próximos atualmente têm grande diferença de idade para o presidente e se aproximaram mais recentemente do petista.
A relação do presidente com os outros Poderes também mudou. Em 2003, Lula escolheu três nomes para o STF (Supremo Tribunal Federal) que não frequentavam seu círculo mais íntimo.
A estratégia também mudou em relação à PGR (Procuradoria-Geral da República). Quando assumiu o poder pela primeira vez, Lula escolheu para o cargo Claudio Fontelles, o mais votado na lista tríplice formada pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).
Desta vez, no entanto, ignorou a eleição interna da categoria e indicou Paulo Gonet. Ele era apoiado pelos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. O presidente preferiu agradar os dois magistrados do STF em vez de fazer uma sinalização à entidade que representa os integrantes da PGR.
Também pesou na escolha o fato de o presidente ter sofrido duras acusações do Ministério Público Federal após ter deixado o Poder, em 2010, no âmbito da Lava Jato.
A ampliação de espaço para partidos do centrão no governo a fim de criar uma base mais sólida no Congresso também se repetiu de maneira similar neste ano.
A diferença, porém, é que o beneficiado em 2003 foi o MDB –que no terceiro mandato de Lula já começou o governo com três integrantes no primeiro escalão.
Na época, o então deputado Eunício Oliveira (MDB-CE) assumiu o Ministério das Comunicações e o então senador Amir Lando (MDB-RO) passou a comandar o Ministério da Previdência.
Agora, o fortalecimento das siglas do centrão na Esplanada se deu por meio da indicação de André Fufuca (PP-MA) para o Ministério dos Esportes e de Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) para a pasta de Portos e Aeroportos.
No primeiro mandato, o presidente também começou a desenhar durante o primeiro ano e concretizou no começo de 2004 mudanças no primeiro escalão devido ao desempenho de cada pasta, o que pode voltar a ocorrer no início de 2024.
Na época, ele deslocou o então chefe da Secretaria Especial do Conselho Econômico de Desenvolvimento Econômico e Social, Tarso Genro, que tinha status de ministro, para o Ministério da Educação, e nomeou Patrus Ananias para a pasta da Assistência Social para o lugar de José Graziano.
Em sua primeira experiência à frente do Executivo, o presidente também enfrentou maiores problemas dentro de seu próprio partido.
A atuação mais conservadora na economia irritava integrantes do PT e o partido chegou a expulsar quatro deputados, em dezembro de 2003, que tinham descumprido orientações do partido em votações e criticavam a Reforma da Previdência proposta pelo governo.
Da Redação
Do Portal Umari
Com Notícias ao Minuto
Créditos: Polêmica Paraíba