Comandos chaves, a exemplo da Codevasf (de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) seguem vazios. Os dois orgãos são importantes para redutos eleitorais do Nordeste, sob influência de deputados federais e senadores. As informações são da Folha de S. Paulo.
Em 2023, a Codevasf terá um orçamento de R$ 2.266.788.098. O órgão é responsável por saneamento, recursos hídricos, irrigação e impulsionamento da agropecuária. O grupo responsável pela companhia é ligado ao deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA), um dos principais aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O presidente do União Brasil, Luciano Bivar (PE), acredita que o partido ficará com a Codevasf, mas que precisa ter um consenso na indicação.
Governadores do Nordeste esperam que as chefias estaduais possam ficar com indicados de aliados mais próximos, pois a União Brasil é oposição ao PT em estados como Ceará, Piauí e Bahia. A Codevasf possui 14 superintendências estaduais.
Devido a lentidão, parlamentares petistas apontam risco de demora na execução de ações, o que poderia afetar o desempenho do governo numa região que é reduto eleitoral de Lula.
No Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), o atual superintendente Fernando Marcondes Leão pode seguir na função. As nove superintendências estaduais do departamento de obras contra a seca também estão na mira. Parlamentares afirmam, sob reserva, que o governo orientou os deputados e senadores da base aliada a se reunirem em conjunto e alinhar indicações para parte do terceiro escalão.
O Dnocs tem um orçamento de R$ 905 milhões em 2023 e é responsável por executar políticas de amenização dos efeitos da seca.
Para a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), o favoritismo é para a indicação do PT de Pernambuco. O senador Humberto Costa (PE) indicou ao Planalto o seu ex-assessor Diego Pessoa, atualmente coordenador do Consórcio Nordeste. A superintendência tem R$ 78 milhões no orçamento de 2023. Seu conselho deliberativo define prioridades para destinação dos recursos do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste), que, para este ano, beiram R$ 35 bilhões.
A ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade), derrotada no segundo turno para o Governo de Pernambuco, também pleiteou o posto. Por causa da gravidez, ela deixou de ir a Brasília com frequência para tentar se articular.
Uma ala do PSB tentou emplacar o nome do ex-deputado federal Danilo Cabral (PSB) para a Sudene, mas o PT de Pernambuco não cedeu.
Já o Banco do Nordeste tem uma disputa menos tensa. O ex-governador de Pernambuco Paulo Câmara, que deixou o PSB, foi convidado por Lula, a despeito do desejo do PT do Ceará.
Paulo Câmara, no entanto, não pode ser nomeado. Ele aguarda uma mudança na Lei das Estatais que poderá ser feita em votação no Senado, reduzindo a quarentena, atualmente em 36 meses, para ex-dirigentes partidários. O PT do Ceará acredita que, caso não avance a articulação do Senado, possa ficar com a função.
Segundo aliados, essa demora para escolher o comando está levando à inquietação na base, também à espera de liberação de recursos para atendimento de suas emendas.
Da Redação
Do Portal Umari
Com informações da Folhapress