Em entrevista a VEJA, em 2019, o ator, que estrelava a peça O Camareiro, afirmou, então com 84 anos: “Artista não se aposenta. Quer trabalhar, enquanto houver trabalho para ele”. Na mesma conversa, ele revelou o temor em relação à finitude da vida, dilema que também assolava o personagem vivido por ele na trama. “Ninguém gosta de pensar que o fim está chegando. Mas ele está chegando para mim. A esta altura da vida, muitos colegas da minha idade se foram. Daqui a pouco, vou eu. Talvez eu deixe um vazio nas pessoas.”
Os dois foram da Tupi para a Excelsior antes de desembarcar na Globo, na novela Sangue e Areia, em 1967, quando ele e Glória colocaram de vez no imaginário nacional a imagem do casal queridinho do país. A parceria com a emissora durou até 2020, quando ambos tiveram os contratos com o canal encerrados. Na pele de João Coragem, no sucesso Irmãos Coragem (1970), Tarcísio se tornou o símbolo do galã nacional.
Nos anos 80, optou por se desvencilhar da imagem de bom moço com papéis que iam do macho alfa destemido, passando pela comédia, até personagens homossexuais. Destacam-se dessa época, o filme O Beijo no Asfalto (1981), de Bruno Barreto, baseado na peça de Nelson Rodrigues, no qual seu personagem beijava na boca o de Ney Latorraca; sua interpretação do cômico Felipe em Guerra dos Sexos (1983), de Silvio de Abreu; o portentoso Rodrigo Cambará, na série O Tempo e o Vento (1985); e o vilão Renato, em Roda de Fogo (1986).
Entre novelas, séries e teleteatros, Tarcísio carimbou seu nome em mais de 60 trabalhos. Entre os títulos mais marcantes estão Saramandaia (1976), Roque Santeiro (1985), Araponga (1990), Fera Ferida (1993), O Rei do Gado (1996), Hilda Furacão (1998), O Beijo do Vampiro (2002), A Favorita (2008), e Velho Chico (2016). Seu último trabalho na TV foi a novela global Orgulho e Paixão (2018), na pele de um industrial inglês.
Créditos: Polêmica Paraíba