De acordo com Alice Santos, normalmente, a sociedade analisa acontecimentos trágicos semelhantes a estes sob a ótica de uma pessoa com a mente sã, no entanto, é preciso analisar o fenômeno compreendendo que ele pode ter sido provocado a partir de um quadro de transtorno mental agudo.
A psicóloga explicou ainda que ao falar sobre casos de infanticídio, é preciso abordar mitos sobre a maternidade e romper com alguns tabus, compreendendo que a maternidade está longe da visão muitas vezes idealizada e romantizada que se tem.
“Em alguns casos, não se trata puramente da índole perversa, sendo muito provável, na verdade, que haja um transtorno mental subjacente. Ou seja, uma ação decorrente dessa condição, seja ela de depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar, entre outros”, analisou.
Para Alice Santos, é importante compreender que nos quadros de transtornos mentais os neurotransmissores do corpo encontram-se desregulados, o que pode provocar sentimentos profundos de desesperança, desengano e ideação contra a própria vida ou contra a vida de outrem. “Graus elevados de depressão podem, inclusive, gerar distorção cognitiva, gerando ideias como a de que encerrar a vida do filho seria uma forta de protegê-lo de vivenciar algum sofrimento”, comentou.
“Por isso não é interessante pensar e disseminar a maternidade com uma ideia romantizada. É necessário discutir as dificuldades da experiência materna, que também podem ser elementos que dificultam as mães no processo de pedir ajuda, impedindo o acesso ao acompanhamento necessário”, finalizou.
Da Redação
Do Portal Umari
Com Portal do Litoral