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Pacheco discute reforma tributária com Haddad e Tebet na última terça-feira

 


Senado começa análise da proposta depois do recesso; ministros vão trabalhar diretamente com senadores pela aprovação.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vai se reunir com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), na última terça-feira (11), para debater a reforma tributária. A medida foi aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada e deve começar a ser analisada pelos senadores em agosto, após o recesso parlamentar.

Entre os pontos que serão discutidos, está a relatoria da reforma no Senado. Na Câmara, o relator do texto foi o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Ainda não há confirmação do nome, mas o escolhido será alinhado ao governo federal. 

Nesta segunda (10), após reunião com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), o deputado Aguinaldo Ribeiro se pôs à disposição dos senadores para esclarecer “especulações equivocadas em relação ao texto”. Antes da reunião, Alckmin afirmou que a reforma tributária deve passar por “pequenos ajustes” no Senado, mas que a medida está “bastante redonda”.

O encontro com Tebet e Haddad inaugura o trabalho direto dos principais ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela aprovação da reforma tributária no Senado. Além de Tebet e Haddad, Alexandre Padilha, titular das Relações Institucionais, vai integrar a força-tarefa do governo.

A ideia é conversar com parlamentares, governadores e políticos de todas as tendências. Para a PEC ser aprovada no Senado, são necessários 49 dos 81 votos da Casa — os mesmos três quintos exigidos na Câmara —, também em dois turnos.

Senadores aliados do governo têm avaliado que a proposta deve ir a votação somente em novembro. Em eventual aprovação também pelo Senado, a reforma só passa a vigorar a partir de 2026.

Apesar de ainda estar em aberto, a relatoria tem sido ventilada entre os senadores Davi Alcolumbre (União-AP), Weverton (PDT-MA) e Eduardo Braga (MDB-AM). Os três são de partidos da base de Lula no Congresso. 

Discussão no Senado

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), anunciou a criação de um grupo de trabalho para analisar a reforma tributária no Senado. Parlamentares, principalmente da oposição, têm criticado a “pressa” em aprovar as mudanças no sistema tributário. 

A própria ministra Tebet, que já foi senadora, admitiu, logo após a apreciação pela Câmara, que a tramitação no Senado deve ser mais lenta. Para ela, os senadores devem usar todos os prazos regimentais durante a apreciação do texto. “E é até bom que se tenha esse tempo. É uma reforma tão importante que é preciso que os 26 estados mais o Distrito Federal estejam satisfeitos e seguros de que não terão perda na sua arrecadação, que não perderão postos de trabalho.”

Uma demonstração da busca de convergência que pode ocorrer nas negociações para o texto no Senado aconteceu durante as conversas antes da votação na Câmara. A defesa da reforma uniu Fernando Haddad e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Haddad perdeu a eleição para o governo do estado para Tarcísio, ex-ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL).

Mesmo com a movimentação do ex-presidente contra o texto, o governador manteve o apoio à proposta, o que gerou um atrito público entre Bolsonaro e seu ex-ministro. Na votação na Câmara, 20 deputados do PL, o partido do ex-presidente, votaram a favor da reforma no primeiro turno, número que caiu para 18 no segundo turno. Alguns congressistas deixaram a sessão antes do fim da votação. 

Reforma tributária

A mudança no sistema tributário do país prevê neste momento alterações nos impostos que incidem sobre o consumo. O texto determina a substituição de cinco impostos:
• PIS, Cofins e IPI (tributos federais) — por uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), gerida pela União; e
• ICMS (tributo estadual) e ISS (tributo municipal) — por um Imposto sobre Bens e Serviço (IBS), que será administrado por estados e municípios.
A proposta aprovada também prevê três alíquotas para o futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA):
• alíquota geral;
• alíquota 50% menor para atividades como transporte público, medicamentos, produtos agropecuários in natura, serviços médicos e de educação; e
• alíquota zero para alguns medicamentos e setores como saúde, educação, transporte público e produtos do agronegócio.

Cesta básica

A cesta básica nacional de alimentos também foi incluída na alíquota zero. De acordo com o texto, fica instituída a Cesta Básica Nacional de Alimentos, “em observância ao direito social à alimentação, cujos produtos poderão ter redução de alíquota a zero”. A lei complementar definirá os produtos destinados à alimentação humana que comporão a cesta e terão alíquota zero.

Segundo a proposta, o período de transição para unificar os tributos vai durar de 2026 a 2032. A partir de 2033, os impostos atuais serão extintos. Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) propõe o início da transição em 2026. Nessa etapa, o IVA federal terá alíquota de 0,9%, e o IVA estadual e municipal, de 0,1%.

Da Redação

Do Portal Umari

Com Portal Correio

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