O presidente criticou Moraes por ter dito, durante o julgamento da chapa Bolsonaro-Mourão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no ano passado, que houve fake news e disparos de mensagens em massa na campanha de 2018. A chapa foi absolvida, mas o ministro disse que se houver neste ano uma repetição do que ocorreu na última eleição, o registro pode ser cassado e os responsáveis podem ir para a cadeia.
“Isso é jogar fora das quatro linhas (da Constituição). Eu sempre joguei dentro das quatro linhas. Não se pode falar em terrorismo digital”, repetiu o chefe do Executivo.
As críticas a Barroso, por sua vez, foram motivadas por uma declaração dada nesta terça-feira pelo ministro do Supremo. Em um artigo, ele escreveu que a revolução digital e a ascensão das mídias sociais permitiram o aparecimento de “milícias digitais” e “terroristas verbais” que disseminam ódio, mentiras, teorias conspiratórias e ataques à democracia.
“De terrorismo ele entende. Ele defendeu o terrorista Cesare Battisti, italiano que matou quatro pessoas de bem”, afirmou Bolsonaro. “Chegando aqui no Brasil, o advogado dele foi o Luís Barroso. Um assassino, terrorista. E, dado isso aí, ele (Barroso) conseguiu, junto ao PT, ser alçado ao Supremo Tribunal Federal”, acusou.
“Qual crime eu cometi, senhor Luís Roberto Barroso? Quais foram as fake news que eu pratiquei?”, questionou o presidente.
Ataques repetidos
Desde que assumiu o governo, Bolsonaro tem colecionado ataques ao STF. O auge do conflito ocorreu durante as manifestações antidemocráticas do dia 7 de setembro de 2021, quando o presidente chamou Moraes de “canalha” e disse que poderia desobedecer ordens judiciais. Na mesma semana, contudo, Bolsonaro divulgou uma carta, escrita com o auxílio do ex-presidente Michel Temer, e afirmou que as declarações ocorreram “no calor do momento”.
Da Redação
Com ESTADAO CONTEUDO