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BOMBA NO CASO COVAXIN: Luís Miranda relata que, em reunião com líder do governo e lobista, recebeu oferta de propina para não atrapalhar negócio

 


No final de março deste ano, a bilionária venda da vacina indiana Covaxin para o governo brasileiro havia, ao menos teoricamente, subido no telhado. Luis Miranda, o deputado que na semana passada ganhou os holofotes ao denunciar a existência de um possível esquema de corrupção por trás do negócio, tinha acabado de ir até o presidente Jair Bolsonaro relatar as suspeitas em torno do contrato. Funcionário de carreira do Ministério da Saúde e lotado justamente no setor encarregado de cuidar das importações de medicamentos, o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, estava sob pressão para deixar o processo de compra da Covaxin correr mesmo diante de vários indícios de irregularidades. Bolsonaro, como contou o deputado à CPI da Covid, prometeu acionar a Polícia Federal para apurar as suspeitas, mas não há sinal de que qualquer investigação tenha sido aberta. O presidente teria dito ainda, durante o tête-à-tête com Luis Miranda, que o rolo da vacina era coisa de Ricardo Barros, líder do governo na Câmara dos Deputados. As suspeitas levantadas pelo parlamentar deram à CPI uma linha de investigação que pode resultar em problemas concretos para Bolsonaro. Ao deixar de adotar providências diante da denúncia que recebera, o presidente pode ter incorrido no crime de prevaricação. Além disso, o caso derruba o discurso de que não há corrupção no atual governo, uma cantilena que o próprio Jair Bolsonaro entoa com frequência. Mas não é só. Há outros lances gravíssimos na trama, como o que Crusoé revela agora: depois da conversa com o presidente, Luis Miranda foi chamado para duas reuniões em que recebeu uma oferta de propina milionária para parar de atrapalhar o negócio.

Em 31 de março, onze dias depois de ter ido até Jair Bolsonaro com o irmão a tiracolo e munido de documentos que mostravam os indícios de irregularidades no processo de compra da Covaxin, o próprio Luis Miranda foi convidado por um conhecido lobista de Brasília para participar de uma reunião em uma casa no Lago Sul. Silvio Assis, figura conhecida da Polícia Federal por envolvimento em outros esquemas de corrupção e homem de confiança de Ricardo Barros, desejava conversar pessoalmente com o deputado. Luis Miranda aceitou o convite. O assunto era justamente a compra das vacinas indianas. Assis explicou que nada poderia dar errado no negócio e procurou transformar Miranda em aliado. Tentou fazer com que ele convencesse o irmão a parar de criar embaraços para o negócio. A certa altura da conversa, disse que o próprio Luis Miranda poderia ser recompensado caso topasse ajudar na empreitada – sem falar em valores, disse que, se tudo desse certo, a reeleição do parlamentar estaria garantida. O deputado saiu da mansão do lobista sem que a conversa avançasse.

Da Redação

Com Crusoé

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