Inicialmente, a pandemia se concentrou basicamente em grandes centros. Com o passar das semanas, os casos foram se deslocando para cidades de menor porte. Hoje, todas as 5.570 cidades do país têm pelo menos um caso registrado.
Em Cascavel (PR), mais de 200 pessoas já morreram de covid-19 e o número de casos segue crescendo. Em junho, quando a cidade registrou seu primeiro pico de infecções, foram registrados até 579 novos casos num único dia. Já na semana passada, a prefeitura chegou a registrar mais de 700.
A quantidade de pacientes internados em UTIs também subiu de 28 para 47 no mesmo período.
O secretário municipal de Saúde, Thiago Daross Stefanello, afirmou ao UOL que a situação da pandemia no município é “bastante preocupante”. Para ele, o aumento das infecções tem a ver com aglomerações registradas nos feriados da Independência (7 de setembro) e da Padroeira (12 de outubro). Está também relacionado à falta de responsabilidade da população.
“A pandemia está aí há 10 meses. Chegamos num momento de menos decretos [do Poder Público] e mais responsabilidade individual”, afirmou. “Não é preciso fazer um decreto dizendo que não se pode furar o sinal vermelho pois todos sabem os riscos. Os riscos da pandemia também já foram divulgados.”
Cidade vivencia recordes de casos em Pernambuco
Na margem do rio São Francisco, Petrolina (PE) é a maior cidade do sertão pernambucano e referência para quase dois milhões de pessoas que vivem no entorno, entre os estados de Pernambuco e Bahia. Na terça-feira, o município confirmou 164 casos, um a menos que o recorde até aqui —registrado dia 4 de novembro, quando foram 165 casos.
Segundo Lorena Andrade, diretora de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde, os casos vêm crescendo desde novembro. “Até o mês de junho vinha uma onda de crescimento. Depois, reduziu. Agora a gente começou a notar uma nova curva ascendente, mas nada fugiu do que esperava”, diz.
O número alto de casos, porém, ocorre muito em função da testagem em massa feita pelo município —são mais de 300 por dia. “A gente não considera [essa alta] uma segunda onda, mas sim uma continuação da primeira, algo já esperado. Nós sempre notamos os reflexos desse aumento em eventos na cidade”, explica.
Por conta da nova alta e procura por serviços, o governo do estado precisou reabrir na segunda-feira 10 leitos de UTI na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade, além de mais 20 semi-intensivos. Nos próximos dias, outros 10 leitos devem ser abertos.
Assim como a maioria das cidades do interior do Nordeste, o município não conta com um hospital próprio e, para atendimento a pacientes com covid-19, abriu um hospital de campanha com capacidade de 100 leitos, que recebe hoje de sete a oito pacientes lá por dia.
O município também desde março fez um plano de contingência, que reformulou a atenção básica para atender o máximo possível de sintomáticos e fazer grande número de testagem com sintomáticos e profissionais de serviços essenciais.
Da Redação
Com As informações do UOL.