Aliados de Gilmar Mendes no Judiciário dizem que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) não pretende recuar das críticas ao Exército feitas no fim de semana, como a cúpula das Forças Armadas vem cobrando.
Em uma entrevista no sábado, Gilmar afirmou que “não podemos mais tolerar” a situação do Ministério da Saúde e disse que o Exército está “se associando a um genocídio” durante a pandemia da Covid-19 no Brasil.
Segundo ministros de tribunais superiores que falaram com Gilmar após a declaração, o objetivo dele foi alertar que o Exército não pode coadunar com a estratégia do governo de fugir das responsabilidades durante a pandemia.
“A crítica do ministro é ao fato de os militares aceitarem a missão de fazer o Ministério da Saúde desaparecer no momento em que mais se precisava da proatividade da pasta”, disse à CNN um ministro próximo de Gilmar.
Aliados reconhecem que o termo “genocídio” é forte, mas ponderam que a situação “dramática” exige palavras fortes. “Gilmar tem essa característica: quando precisa, ele berra e chama as pessoas à razão”, diz um ministro.
Pessoas próximas a Gilmar Mendes dizem que ele está “tranquilo” em relação à nota de repúdio do Ministério da Defesa, na qual a pasta diz que representará contra o ministro na Procuradoria-Geral da República.
Na avaliação de aliados de Gilmar, a nota foi dura, mas não deve ter consequências. Para eles, a reação da pasta faz parte de um “jogo de cena” da cúpula da pasta para acalmar os militares.
Da Redação
Com CNN Brasil