Chuvas intensas aliadas ao acúmulo de lixo são fatores ideais para a transmissão de doenças, através da água contaminada, principalmente a leptospirose, uma infecção aguda causada pela bactéria encontrada na urina do rato. A infecção ocorre quando a água da chuva escorre e se mistura a urina, proveniente de locais sem saneamento básico, geralmente de baixa renda, que apresentam grande quantidade de lixo e alta proliferação de roedores.
Desde 2013, a Paraíba já registrou 76 casos da doença e 14 óbitos confirmados. A doença possui alto índice de mortalidade e apresenta sintomas como febre alta, dores no corpo, sangramento, calafrios, olhos e pele amarelada, em casos mais graves, o paciente pode apresentar insuficiência renal, vindo a óbito. O tratamento é feito com medicamentos antibióticos e pode levar meses até que o paciente fique curado.
De acordo com o médico infectologista Fernando Chagas, o Hospital Universitário Lauro Wanderley recebe com frequência ocorrências da doença nesse período e a principal preocupação se dá pelo fato dos sintomas serem semelhantes a uma virose convencional, o que dificulta o tratamento e causa o agravamento do quadro do paciente.
O médico destaca a importância das medidas preventivas, pois a bactéria pode entrar de forma subcutânea na pele do infectado.
“O grande problema da leptospirose é que ela é muito confundida com outras doenças, chamadas de síndromes febris, podendo ser confundida com dengue, zika e chikungunya. Geralmente a pessoa só percebe que é leptospirose quando a doença evolui para um quadro mais grave, com olhos e pele amarelada, incluindo outros sintomas bem característicos”, disse.
O diagnóstico se dá através de exames sorológicos para leptospirose que necessita de, pelo menos, sete dias de doenças para dar positivo. O tratamento é feito com medicamentos antibióticos e sintomáticos. Outra doença recorrente é a febre tifoide, que ocorre através da ingestão de água e alimentos contaminados pela bactéria salmonella ou pelo contato direto com bacilos eliminados nas fezes e urina humanas de portadores da doença ativa ou em portadores assintomáticos.
A bactéria penetra o organismo, passando pelo estômago e atravessa a parede do intestino delgado, caindo na corrente sanguínea e causando uma infecção que se espalha por todo o organismo. Os órgãos mais afetados pela doença costumam ser, além do intestino, o fígado, baço, vesícula e medula óssea. Com a mesma forma de transmissão, a hepatite A, causada pelo vírus VHA, pode sobreviver até quatro horas na pele das mãos e dos dedos do paciente. A doença é muito recorrente em crianças e é extremamente resistente às mudanças ambientais, o que facilita sua disseminação. Transmitida, principalmente através de frutos do mar, atualmente a doença possui vacina preventiva, administradas durante a infância.
Ambas podem ser assintomáticas na fase inicial ou possuir sintomas como febre prolongada, mal-estar, cansaço, alterações intestinais e falta de apetite. Em casos mais graves, há ocorrência de manchas rosadas no tórax e abdômen, no caso da febre tifoide, e urina amarronzada, para pacientes com hepatite A.
Da Redação
Com PB Agora