O Governo do Estado, Ministério da Saúde e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças do Governo dos Estados Unidos (CDC) divulgaram nesta quinta-feira (31) os resultados preliminares da pesquisa de caso-controle sobre microcefalia feita na Paraíba. De acordo com a pediatra e epidemiologista do CDC, Erin Staples, a primeira etapa da pesquisa mostrou que a microcefalia atinge mais os bebês de mães que tiveram a zika durante o primeiro trimestre da gestação.
A médica afirma que mais de 600 mães e bebês foram objetos do estudo caso-controle. Entre os bebês, 52% são do sexo feminino e 48% do sexo masculino, na faixa-etária de 0 a 7 meses. Segundo ela, a primeira etapa da pesquisa mostrou, preliminarmente, que a microcefalia atinge mais os bebês de mães que tiveram a zika durante o primeiro trimestre da gestação. Além disso, não foi encontrada nenhuma evidência que associe níveis de renda ou escolaridade com a microcefalia, o problema ocorre em classes sociais e níveis escolares variados.
O estudo também não encontrou nenhuma associação da microcefalia com a exposição de produtos como inseticidas. Erin Staples ainda explicou que a próxima etapa da pesquisa será feita nos Estados Unidos com a análise das amostras de sangue coletadas nas mães e bebês paraibanos. Somente após esta fase, os resultados finais serão divulgados.
O estudo teve início no dia 22 de fevereiro, contando com oito equipes de campo que realizaram um monitoramento de mais de 600 mães e bebês, com e sem microcefalia na Paraíba. O estudo de caso-controle foi feito por meio de coleta de dados, entrevistas e realização de exames em crianças com microcefalia, além de bebês saudáveis e suas respectivas mães.
Na ocasião, Ricardo enfatizou que o Estado foi pioneiro nas pesquisas em relação à microcefalia, buscando dar resposta aos questionamentos da população. “Demos todas as condições para que esta primeira etapa da pesquisa fosse realizada aqui na Paraíba. Estamos começando uma caminhada, mas ainda temos que buscar entender o universo de casos onde a zika não se relaciona com a microcefalia. As dúvidas ainda são enormes, nossa expectativa é continuar universalizando o conhecimento, porque a troca de saberes é fundamental para ambas as partes. Continuamos à disposição dos Estados Unidos e queremos conhecer os resultados finais que ainda sairão desta pesquisa”, disse.
“Esse é um exemplo do que pode ser feito com a união de pesquisadores de diversas partes. Sem o empenho das equipes, nosso estudo não seria possível. Agradeço ao Governo do Estado, às famílias que abriram suas portas para as equipes e permitiram o êxito desta etapa da pesquisa”, ressaltou a representante do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do Governo Americano, Amy Dubois.
Para o representante do Ministério da Saúde, Eduardo Ágile, enfatizou a relevância da parceria da Paraíba com os Estados Unidos na busca de contribuir com os estudos sobre zika e microcefalia. “Em nome do Ministério da Saúde venho agradecer a participação da Paraíba, que junto com o CDC dos Estados Unidos se envolveram na execução dessa pesquisa de campo. O estudo se deu de forma ágil, ética e eficaz. As dificuldades foram superadas por todas as equipes que unidas deram passos importantes na busca por respostas para o problema que preocupa o mundo”, frisou.
Da Redação
Com Portal Litoral