Sem falar o termo “golpe” ou se defender abertamente do processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff só fez uma menção à crise política do Brasil no fim de sua fala a cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima na sede das Nações Unidas, em Nova York, nesta sexta-feira (22), quando disse que o país saberá impedir o retrocesso.
“Não posso terminar as palavras sem mencionar o grave problema que vive o brasil. É um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e chegar a uma pujante democracia. Nosso povo é trabalhador e saberá impedir qualquer retrocesso”, declarou a presidente. No fim, ela se disse “grata” aos líderes que expressaram solidariedade a ela.
Foi a primeira viagem de Dilma ao exterior, deixando a Presidência para Michel Temer (PMDB), desde o início da crise do impeachment. Nas últimas semanas, a presidente cancelou três viagens ao exterior por conta do agravamento da crise política em Brasília, que chegou ao auge com a votação favorável ao encaminhamento do processo de impeachment da mandatária da Câmara dos Deputados para o Senado, no domingo (17).
Antes mesmo do evento, Temer e ministros do Supremo Tribunal Federalrevelaram preocupação com a possibilidade de Dilma abordar o impeachment e classificá-lo como “golpe”. Políticos da oposição, como o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e os deputados federais José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Luiz Lauro Filho (PSB-SP), foram a Nova York para rebater o discurso.
Acordo de Paris tem recorde de países signatários
Acordo de Paris tem recorde de países signatários
O acordo global climático foi assinado na COP-21 (21ª Conferência das Partes) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima em Paris, em dezembro. Após 13 dias de debates, representantes de 195 países chegaram, pela primeira vez na história, a um acordo global sobre o clima.
O Acordo de Paris, como ficou conhecido, prevê limitar o crescimento da emissão de gases de efeito estufa e a criação de um fundo global de US$ 100 bilhões, financiado pelos países ricos, a partir de 2020, para frear o aquecimento global a 1,5 °C.
“Hoje, 171 países se reúnem em Nova York para assinar o acordo de Paris. Nunca um número tão grande de países assinou um acordo internacional em um único dia”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, ao abrir a cerimônia em Nova York. (Com AFP)
Da Redação
Com Polêmica Paraíba