O prefeito Romero Rodrigues (PSDB), de Campina Grande, cumpriu o que prometera na última quinta-feira, 24, e fez uma visita espontânea ontem ao delegado chefe da Polícia Federal na cidade, Carlos Felipe Maciel Costa. O principal motivo da audiência: Romero diz querer passar a limpo a possível inclusão de seu nome numa lista atribuída à Odebrecht e divulgada, em forma de vazamento, relacionando mais de 200 políticos do Brasil supostamente favorecidos com dinheiro da empresa.
“Pela absoluta falta de procedência, sinto-me indignado e garanto hoje ser o mais interessado agora no esclarecimento desse absurdo”, ressaltou o prefeito, que esteve acompanhado do procurador geral do Município José Mariz e comunicou a Carlos Felipe seu desprendimento, inclusive abrindo mão do foro privilegiado e de todos os sigilos – bancário, fiscal e telefônico – para deixar claro que não tem nada a temer em termos de investigação.
De acordo com o delegado Carlos Felipe, a postura do prefeito campinense é elogiável, principalmente num momento em que, em todo o Brasil, a classe política está sendo colocada em xeque, mas não é o caso de se abrir qualquer procedimento em relação a Romero, até mesmo porque existem questionamentos na própria Polícia Federal sobre a lista da Odebrechet; o Ministério Público Federal já deixou claro que o material apreendido carece de uma comprovação de autenticidade, já que não faz parte dos documentos apreendidos na empresa e, principalmente, o juiz Sérgio Moro, que preside a Operação Lava Jato, decidiu remeter adocumentação ao Supremo Tribunal Federal (STF) e abriu fortes questionamentos sobre o material alvo de vazamento.
Na lista, o nome de Romero aparece numa planilha relativa ao ano de 2014 – quando o prefeito não concorreu a qualquer cargo público eletivo. Ele também citou que a Prefeitura de Campina Grande, na atual gestão, não tem contrato com o grupo Odebrecht ou suas empresas. De acordo com o delegado, não fica claro se as informações dizem respeito à doações lícitas ou ilícitas ou mesmo referem-se a algum tipo de planejamento sobre possíveis investimentos em potenciais candidatos, que terminaram não se concretizando.
- De qualquer forma, coloco-me inteiramente à disposição da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal para deixar minha vida totalmente aberta a qualquer tipo de investigação, pois considero que é dever dos que têm mandatos serem transparentes, dignos da confiança do voto e sem receios de ter a vida devassada – ressaltou Romero Rodrigues, reafirmando sua indignação e contrariedade em relação a esse tipo de procedimento suspeito dos que claramente tentam jogar na lama reputações de quem se pauta pela correção na carreira pública.
Da Redação
Com Portal do Litoral