Em pesquisa realizada em 2015, o Brasil aparece na posição 76º do
ranking sobre a percepção da corrupção no mundo, segundo estudo divulgado no
dia 27/01/16 pela organização Transparência Internacional, que analisou 168
países.
Dinamarca é o país menos corrupto entre os
avaliados. O índice brasileiro caiu cinco pontos (piorou) se comparado a 2014;
em 2015 a nota foi de 38 pontos. Por outro lado, a Dinamarca ficou
em 1º lugar, como o país em que a população tem menor percepção de que seus
servidores públicos e políticos são corruptos. A nação mais transparente
registrou um índice de 91 – a escala vai de 0 (extremamente corrupto) a 100
(muito transparente).
A ONG elencou o escândalo na Petrobras, os problemas na economia e o crescimento
do desemprego como alguns motivos para a deterioração do Brasil no ranking
mundial. O país divide a 76ª posição com mais seis nações: Bósnia e
Herzegovina, Burkina Faso, Índia, Tailândia, Tunísia e Zâmbia. Já na América do Sul, o Uruguai aparece como o país mais transparente na posição 21º, com índice de 74
pontos.
Diante dos
dados postos, cabem algumas perguntas: quais os motivos e condicionantes que
levam um país, um povo a ser MAIS o MENOS corrupto? A pesquisa apresentou
algumas premissas que identificam as causas que tornam um povo menos corrupto;
são os que apresentam as seguintes características conjugadas: altos níveis de
liberdade de imprensa; acesso a informação sobre orçamentos que permite à
população saber de onde procede o dinheiro e como se gasta; altos níveis de
integridade entre aqueles que ocupam cargos públicos; diferença pequena entre o
menor e o maior salário pago no serviço público; e menor concentração de
renda". Na ausência dessas características, a tendência é a corrupção se
alastrar desmedidamente!
Outra
pesquisa sobre o mesmo tema, realizada já em 2016 (25-26/01/16) pela Folha de
São Paulo, registrou o seguinte: segundo a percepção dos entrevistados, pela
primeira vez a corrupção aparece como sendo o maior problema da sociedade
brasileira, com 36% da resposta dos entrevistados, suplantando, inclusive, os
temas que sempre estiveram no topo da lista, como: saúde (16%), desemprego (10%),
educação e violência empatadas com 8% e a economia é citado por apenas 5%. É de
causar espanto que a corrupção represente quase a soma total dos demais
problemas elencados pelos entrevistados. Acredito que a percepção do
brasileiro/a hoje, é a de quê a corrupção seja a causadora de todas as outras males
vivenciado pelo nosso povo, de modo especial os menos favorecidos e mais vulneráveis; em virtude de ser
esta camada da sociedade que é a mais atingida com os efeitos nefastos da
corrupção!
Vale ressaltar que
ninguém quer assumir a pecha de CORRUPTO, só que a corrupção não acontece
sozinha ou nem mesmo com a atuação individual de alguém; ela só é posta em
prática com a participação de duas ou mais pessoas! Alguém pode até ser desonesto sozinho, mas jamais poderá
praticar atos de corrupção sem a atuação de umco-participe, de um grupo, de uma
quadrilha criminosa. Até porque a etimologia da palavra CORRUPÇÃO (latcorruptione) significa: ação ou ato de corromper, subornar – alguém. Para que a
corrupção venha a efeito, se faz necessária.a figura do corruptor e a do corrompido, ou seja: é preciso que exista, de um lado, o sujeito que objetiva praticar um ato de corrupção e, do “outro lado do Balcão”, um sujeito disposto a ceder ao ato ‘corrompido’!
Se a
sociedade brasileira realmente
quer se livra da alcunha de sempre “querer levar vantagem em tudo” e a
do “jeitinho brasileiro”, vai precisar mudar radicalmente os seus conceitos e,
principalmente, as suas práticas. É urgente que se reconfigure as suas
relações, os seus termos de conduta, de acordo se de convivências. Pois, não
será possível almejar uma sociedade solidária, humana e justa com práticas tão
lesivas à coletividade. O resultado da corrupção é tornar alguns cada vez muito
ricos, em detrimento da grande parte da população cada vez mais pobre e
miserável!
Salientar,
ainda, que não há corrupção grande ou pequena; a corrupção é um crime contra a
sociedade e ponto final! Não adiante querer aplacar a própria consciência com o
argumento de que a corrupção que eu pratiquei (pratico) foi (é) por necessidade
ou porque fulano e beltrano praticaram uma maior que a minha. Nesse caso,
aplica-se o adágio da sabedoria dos mais antigos: “quem é honesto com um
tostão, deverá ser com um milhão”. A HONESTIDADE não é para ser meritocrática,
é pra ser um dever de cada pessoa que habita nosso querido torrão chamado Brasil!
Por último, refaço a
pergunta do título do presente artigo: corrupção – e o que eu tenho a ver com isso? Como diria Galvão Bueno – narrador esportivo
da TV: “Corrupção e você tudo a ver”! Afirmo que, via de regar, eu, você e
todos nós somos responsáveis e/ou corresponsáveis pela mazela da corrupção
instalado em nosso querido Brasil, em nosso estado, em nosso município e até em
nossa casa – no lócus aonde vivemos! Seja na condição de corruptor, corrompido
ou cúmplice da CORRUPÇÃO, seja por conivência, medo ou covardia. Quebre
as amarras com a conivência, enfrente o medo de frente ou fuja da covardia! A
responsabilidade pelo combate cotidiano e sem trégua contra a CORRUPÇÃO não é
de um ser divino, extraterrestre ou sobrenatural. Será de responsabilidade
minha, sua, nossa! Vamos à luta, que a pátria e nossa!
Da Redação
do Portal Umari
Com Colunista : Severino Ramos.